domingo, 26 de abril de 2009

Lua.

Já olhou pra ela procurando algo bonito? Conseguiu enxergar? A profundeza. Tão clara e tão misteriosa. Tão cheia de segredos, mas tão encantadora de alguma forma... É tão linda na sua solidão, lá em cima no céu. Porque será que precisamos parecer tão lindos com alguém e para alguém se e lua está sozinha no céu e do mesmo jeito é linda para todas as pessoas que a observam com carinho? És tão bela e solitária. E essas duas características se encaixam tão bem nela. Tão simplesmente. Tão perfeitamente!

"Soneto à lua

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!"
(Vinicius de Moraes)

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